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quinta-feira, 3 de março de 2011

Líbia e Tunísia

A situação na fronteira entre a Tunísia e a Líbia, onde dezenas de milhares de pessoas precisam de ajuda, é "uma prioridade de primeira ordem", afirmou nesta quinta-feira a alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, Navi Pillay.
Na apresentação de seu relatório anual no Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, Pillay reiterou o chamado efetuado por outros chefes de agências humanitárias para que a comunidade internacional contribua financeiramente na assistência às vítimas da violenta repressão do levante popular na Líbia.
A comissária destacou que as manifestações civis que acontecem paralelamente no Iêmen, Argélia, Iraque, Irã, Bahrein, Omã e outros países também têm o objetivo de reivindicar mudanças na ordem estabelecida e que "os direitos humanos devem estar no centro das reformas empreendidas".
Além disso, Pillay expressou sua preocupação pelos enfrentamentos registrados na Costa do Marfim - concretamente em Abidjan e no oeste do país –
e "a crise humanitária" que está sendo gerada à medida que mais pessoas fogem da violência.
Ao abordar a temática dos conflitos violentos e da impunidade, a alta funcionária da ONU defendeu que todos os suspeitos de terrorismo detidos em Guantánamo e outras prisões "recebam um julgamento justo em tribunais comuns".
A alta comissária também se referiu à discriminação sofrida pelos imigrantes na Europa e, em particular, pelos ciganos, para os quais pediu reconhecimento de seus direitos.
A respeito da presença de seu organismo no mundo, Pillay destacou a abertura de dois novos escritórios na Guiné e na Mauritânia, a extensão dos mandatos de suas representações na Bolívia, Colômbia e Nepal, assim como o envio de conselheiros de direitos humanos a Honduras, Paraguai e Tadjiquistão.
Finalmente, anunciou que o Governo do Egito formulou um convite a seu escritório para que envie uma equipe de especialistas que colabore com o reforço dos direitos humanos no país.
Líbios enfrentam repressão e desafiam Kadafi
Impulsionada pela derrocada dos presidentes da Tunísia e do Egito, a população da Líbia iniciou protestos contra o líder Muammar Kadafi, que comanda o país desde 1969. As manifestações começaram a tomar vulto no dia 17 de fevereiro, e, em poucos dias, ao menos a capital Trípoli e as cidades de Benghazi e Tobruk já haviam se tornado palco de confrontos entre manifestantes e o exército.
Os relatos vindos do país não são precisos, mas tudo leva a crer que a onda de protestos nas ruas líbias já é bem mais violenta do que as que derrubaram o tunisiano Ben Ali e o egípcio Mubarak. A população tem enfrentado uma dura repressão das forças armadas comandas por Kadafi. Há informações de que Força Aérea líbia teria bombardeado grupos de manifestantes em Trípoli. Estima-se que centenas de pessoas, entre manifestantes e policiais, tenham morrido.
Além da repressão, o governo líbio reagiu através dos pronunciamentos de Saif al-Islam , filho de Kadafi, que foi à TV acusar os protestos de um complô para dividir a Líbia, e do próprio Kadafi, que, também pela televisão, esbravejou durante mais de uma hora, xingando os contestadores de suas quatro décadas de governo centralizado e ameaçando-os de morte.
Além do clamor das ruas, a pressão política também cresce contra o coronel Kadafi. Internamente, um ministro líbio renunciou e pediu que as Forças Armadas se unissem à população. Vários embaixadores líbios também pediram renúncia ou, ao menos, teceram duras críticas à repressão. Além disso, o Conselho de Segurança das Nações Unidas fez reuniões emergenciais, nas quais responsabilizou Kadafi pelas mortes e indicou que a chacina na Líbia pode configurar um crime contra a humanidade.
Fonte: Terra

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