Em uma nova mensagem de áudio transmitida pelo canal sírio de TV Arrai, o ditador líbio, Muamar Kadafi, declarou Sirte, sua cidade natal e o último reduto do regime, a nova capital da Líbia. Na mensagem, o coronel voltou a atacar os rebeldes. Kadafi afirmou que utilizará táticas de guerrilha para "combater e expulsar os colonizadores”.
"Estejam preparados para uma guerra de guerrilha, uma guerra urbana, para a resistência popular em cada cidade para vencer o inimigo em todos os locais", afirmou com voz tranquila e sossegada, sem o tradicional tom incendiário de seus discursos. "O objetivo é matar o inimigo onde esteja, seja líbio ou estrangeiro", disse o coronel, que convocou o povo líbio "à resistência, a uma longa guerra que nos foi imposta".
"Será uma longa batalha. Lutaremos de local em local, cidade em cidade, vale em vale, montanha em montanha. Se a Líbia pegar fogo, quem irá governá-la?" questionou ainda o ex-ditador, apesar de ter perdido o controle de praticamente todo o país.
Otan - Na mesma mensagem, o coronel acusou os membros da Otan, que atuam na operação militar contra o seu regime na Líbia, de querer colonizar, "meter a mão nos recursos petroleiros e hídricos" do país. "Vocês não conseguirão extrair petróleo, pelo bem de nosso povo. Não permitiremos que isso aconteça”, disse Kadafi, acrescentando que as forças “colonialistas” estariam muito fracas e têm medo de deixar que ele e seus apoiadores tenham voz. "Eles tentam esconder a realidade, sem deixar nossa voz ser ouvida. Estão tentando esconder sua fraqueza", disse. "Deixe-me falar com meu povo, se não tem medo de mim".
Essa é a segunda mensagem de Kadafi somente nesta quinta-feira. Mais cedo, o tirano, que continua sumido, voltou a afirmar que não vai se entregar e quer que seus aliados também resistam, destacando que existem divergências entre os rebeldes e a Otan.
Entenda o caso da Líbia
• A revolta teve início no dia 15 de fevereiro, quando 2.000 pessoas organizaram um protesto em Bengasi, cidade que viria a se tornar reduto da oposição.
• No dia 27 de março, a Otan passa a controlar as operações no país, servindo de apoio às tropas insurgentes no confronto com as forças de segurança do ditador, que está no poder há 42 anos.
• Após conquistar outras cidades estratégicas, de leste a oeste do país, os rebeldes conseguem tomar Trípoli, em 21 de agosto, e, dois dias depois, festejam a invasão ao quartel-general de Kadafi.
• A caçada ao coronel continua. Logo após ele divulgar uma mensagem em que diz que resistirá 'até a vitória ou a morte', os rebeldes ofereceram uma recompensa para quem o capturar - vivo ou morto.
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