O relâmpago o que atingiu a casa de Lourdes Corsani, em Pirabeiraba, ou o que causou um incêndio e destruiu a distribuidora de alimentos Sardagna, perto da Univille, no ano passado, são situações que engrossam uma conta curiosa. Um estudo do Grupo de Eletricidade Atmosférica (Elat), pesquisadores ligados ao Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), mostra que a queda de raios por quilômetro quadrado cresceu na região de Joinville nos últimos dois anos.
A cidade de São Francisco do Sul pode ser chamada de “campeã catarinense” em queda de relâmpagos. Nos últimos dois anos, caíram cerca de 13 raios por km2 por ano no município – em 2005/2006, a média foi de 5,63; e em 2007/2008, 7,06. No topo das 293 cidades catarinenses, também aparecem Araquari (em terceiro) e Guaramirim (em quinto). Joinville vem na sexta posição. Segundo o estudo, uma média de dez raios por ano cai por km2 na cidade mais populosa do Estado – nos quatro anos anteriores, a média não passou de 7,5. Com base na densidade demográfica, é como se fosse um raio para cada 44 pessoas por quilômetro quadrado.
Segundo os pesquisadores, é claro que isso não quer dizer que aumentou consideravelmente o risco de um raio cair sobre a cabeça de um joinvilense, um morador de São Chico ou de Araquari da noite para o dia. Os estudiosos calculam que a probabilidade de uma pessoa ser atingida por um raio é de uma em um milhão. Algo como juntar os moradores da região de Joinville, do Planalto Norte inteiro e mais algumas cidades para ter uma única vítima.
Mesmo assim, cuidados como não ficar em locais abertos ou altos, perto de estruturas elétricas ou metálicas ou dentro da água previnem riscos de choques, que podem chegar a 10 milhões de volts. Na década, segundo o Elat, ocorreram 36 mortes por relâmpagos em Santa Catarina. A região Sul corresponde a 17% dos óbitos do País. A vítimas são na maioria agricultores – ficar em locais abertos, como no campo, ou procurar abrigo debaixo de árvores aumentam as chances de ser atingido por relâmpago.
O que ainda não tem explicação, segundo os pesquisadores do Elat, é por que houve esse aumento da incidência de raios em cidades da região de Joinville, do Litoral Norte e em parte do Vale do Itajaí. Até então, a região Oeste era líder disparada em queda de raios no Estado.
Rogério Kreidlow
Jornal A Notícia
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