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domingo, 13 de fevereiro de 2011

Oriente Médio - Irã ignora conflitos internos e celebra revolta no Egito

Ahmadinejad comparou as manifestações com a revolução islâmica iraniana de 1979 e falou em um Oriente Médio sem Israel e Estados Unidos
 O Irã, que ignora as vozes dos protestos internos, celebrou neste sábado a queda do presidente egípcio Hosni Mubarak, comparando as manifestações com a revolução islâmica iraniana de 1979, e previu um Oriente Médio sem Israel e os Estados Unidos.
As afirmações dos dirigentes do país foram, como sempre, provocativas. O secretário do Conselho Supremo de Segurança Nacional do Irã, Said Jalili, disse que “a coincidência da queda de Mubarak com o aniversário da revolução islâmica do Irã demonstra que 11 de fevereiro é o dia da vitória dos povos da região, e o dia do fracasso dos Estados Unidos e do sionismo". E completou: "Mubarak e os apoiadores americanos ouviram a voz do povo egípcio com 30 anos de atraso."
Os dirigentes iranianos não param de comparar os movimentos no mundo árabe com a revolução iraniana de 1979. O guia supremo, aiatolá Ali Khamenei, defendeu a instauração de regimes islâmicos no Egito e na Tunísia. O presidente, Mahmoud Ahmadinejad, disse: "Em breve nós veremos um novo Oriente Médio se materializando sem os Estados Unidos e o regime sionista, e não vai haver espaço para a arrogância mundial nele", declarou na última sexta-feira diante de uma multidão reunida na Praça Azadi de Teerã para celebrar o aniversário da revolução iraniana.
Oposição - A oposição reformista iraniana, no entanto, vê as revoltas no Egito e na Tunísia como um eco das grandes manifestações anti-governamentais que sacudiram o Irã durante vários meses após a reeleição, contestada pela oposição, de Ahmadinejad em junho de 2009. "O ponto de partida daquilo que assistimos nas ruas de Túnis, Sanaa, Cairo, Alexandria foi o protesto de milhões de pessoas em junho de 2009 no Irã", afirmou o ex-primeiro-ministro Mir Hossein Moussavi.
Na ocasião, o governo iraniano conseguiu silenciar os protestos com uma repressão severa que deixou dezenas de mortos e milhares de detidos. Várias figuras da oposição receberam grandes penas de prisão.
Turquia – O governo da Turquia pediu neste sábado a celebração de "eleições livres e justas" no Egito e o respeito aos direitos humanos. "Esperamos que o Conselho Supremo das Forças Armadas egípcias transfira no prazo mais rápido possível seus poderes à nova administração que surja das eleições livres e justas", afirma um comunicado do gabinete do primeiro-ministro Recep Tayyip Erdogan.
Erdogan, à frente de um governo islâmico moderado desde 2002, foi um dos primeiros líderes muçulmanos a pedir a renúncia de Mubarak poucos dias depois do início da revolta popular. "A Turquia espera que uma democracia constitucional, produto da vontade do povo, possa ser estabelecida no Egito, país amigo e irmão", completa a nota.
(Com agência France-Presse)

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