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sábado, 8 de janeiro de 2011

COP-16 – Cidades Sustentáveis

A 16ª Conferência das Partes das Nações Unidas (ONU) sobre Mudança Climática (COP-16) rendeu muitos fatos que merecem atenção. A começar pelo “salvamento” do Protocolo de Quioto e a criação de um Fundo Verde.  Há outras questões, entretanto, de grande importância para o Brasil, colocadas em várias rodas de debates, que não receberam tanto destaque por aqui: os “megaeventos” que serão realizados em solo brasileiro nos próximos anos.
Entre eles temos a Conferência Rio+20, a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016. Os olhos do mundo estão certamente voltados para o Brasil e se espera que a sustentabilidade seja parte fundamental da organização de todos esses encontros. Como protagonista no debate climático global, é de suma importância para o País que a incorporação dos três pilares da sustentabilidade seja um princípio norteador no planejamento desses eventos.
Aparentemente, os governantes brasileiros perceberam isso e já começaram a tratar do tema. As discussões sobre o assunto na COP-16 foram lideradas pela prefeitura do Rio, com o apoio de instituições como o Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS) e a Associação Brasileira das Empresas do Mercado de Carbono (Abemc). Os debates sobre o legado a ser deixado por esses eventos envolveram diversas partes interessadas, tanto nacionais quanto internacionais.
Os representantes do Rio deixaram clara a preocupação com as questões ambientais. Entretanto, é nítido que ainda há muito que ser feito.  Existe uma grande demanda por sugestões sobre projetos a serem desenvolvidos que visam “remodelar” o Rio, tornando a sustentabilidade uma parte fundamental do dia-a-dia da cidade. A expectativa é que essa movimentação gere benefícios para toda população. A transformação das áreas urbanas para esses megaeventos pode proporcionar uma oportunidade de preparar a cidade e suas vizinhas para o futuro.
Desenvolvedores de projetos estão sendo encorajados a apresentar propostas. Mas não se pode apenas esperar a ação do setor privado. Nesse cenário, é importante promover parcerias público-privadas que possam trazer benefícios no longo prazo para as cidades-sede e seus moradores. É relevante também que os projetos a serem apresentados sejam consistentes e que a prefeitura do Rio, ou a instância governamental responsável, tenha condições de avaliá-los.  Também se faz necessário garantir o fluxo de recursos para alcançar tais objetivos.
Apesar dos problemas que precisam ser resolvidos o mais rápido possível, os governantes brasileiros parecem estar atentos para a necessidade de mudanças rumo ao desenvolvimento sustentável e a transformação das cidades. Os investimentos nos megaeventos se bem usados contribuirão para esse caminho, permitindo ao Brasil se firmar na próxima década como um País mais verde, com municípios mais sustentáveis. É preciso aproveitar a oportunidade e começar o trabalho para que tudo isso seja mais que um simples anseio e se torne realidade.
Marco Antonio Fujihara é diretor da Keyassociados e um dos organizadores do livro Sustentabilidade e Mudanças Climáticas – Guia para o Amanhã.

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