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terça-feira, 23 de novembro de 2010

Ataque norte-coreano a ilha mata dois militares da Coreia do Sul

Bombardeio a Yeongpyeong, próximo à fronteira, feriu 20, 3 deles civis.
Seul qualificou ataque de provocação, mas Pyongyang disse que só reagiu.
Dois militares sul-coreanos morreram na tarde desta terça-feira (23) em um ataque da artilharia da Coreia do Norte à ilha de Yeongpyeong, no Mar Amarelo, próximo à fronteira entre os dois países rivais, segundo o comando militar da Coreia do Sul.
O ataque também deixou 20 feridos - 3 deles civis-, provocou danos e incendiou imóveis na ilha, onde estava mobilizado um destacamento do Exército sul-coreano. Quatro dos militares feridos estão em estado grave.
Vários projéteis norte-coreanos caíram sobre a ilha e outros no mar, segundo o comando militar de Seul. O Exército sul-coreano revidou ao ataque e autorizou a decolagem de caças de combate F-15 e F-16 para a região. Não há informação sobre vítimas do lado norte-coreano.
'Dura represália'
As autoridades da Coreia do Sul qualificaram a ação como uma "clara provocação militar" e disseram que, se houver provocação similar, haverá uma "dura represália".
EUA condenam ataque
"Foi um ataque intencional e planejado", disse Lee Hong-ki, funcionário do Ministério da Defesa. "É claramente uma violação do armistício."
Tecnicamente, as Coreias ainda estão em guerra - o conflito de 1950 a 53 terminou apenas com uma trégua, e não com um tratado de paz.
O bombardeio desta terça foi um dos maiores ocorridos deste então. É o incidente mais grave desde o incidente que envolveu o ataque ao barco “Cheonan”, em março, que matou 46 marinheiros sul-coreanos.
Sul começou a atirar, diz Norte
Já as autoridades da Coreia do Norte disseram, por intermédio da agência oficial KCNA, que apenas revidaram ao fogo sul-coreano, por volta das 13h locais (2h de Brasília), sem entrar em detalhes sobre como teria sido o ataque inicial.
"O Exército norte-coreano seguirá sem vacilar seus ataques militares se o inimigo sul-coreano se atrever a invadir nosso território, ainda que seja em 0.001 milímetro", diz o comunicado da presidência norte-coreana.
Uma autoridade militar sul-coreana afirmou que o país conduzia um treino militar de rotina na região, mas teria feito disparos para o oeste, e não dirigidos ao norte.
Fumaça na ilha de Yeongpyeong, de cerca de 1.300 habitantes. (Foto: Reuters)O presidente sul-coreano, Lee Myung-bak, afirmou que tenta frear o tiroteio e a escalada de um conflito maior, segundo a agência de notícias estatal Yonhap. Ele e seus assessores já estariam protegidos em um bunker.
Testemunhas disseram às agências que barcos de pesca lotados estão sendo utilizados para esvaziar a ilha atingida, que tem cerca de 1.300 habitantes.
Questão nuclear
A tensão entre os dois países tinha aumentado nos últimos dias, depois que um cientista norte-americano afirmou que a Coreia do Norte contrói instalações para enriquecer urânio que poderiam ser utilizadas rapidamente para fins bélicos.
O tiroteio coincide com a presença na região do enviado americano para a Coreia do Norte, Stephen Bosworth, que deveria viajar a Pequim nesta terça-feira para debater com as autoridades chinesas a política nuclear norte-coreana.
A Coreia do Norte diz desejar a retomada das negociações multilaterais para o seu desarmamento, abandonadas há dois anos. Mas EUA e a Coreia do Sul dizem que o Norte precisa começar a cumprir promessas anteriores de restringir seu programa nuclear, como pré-requisito para receber benefícios econômicos e políticos.
"É inacreditável", disse Zhu Feng, professor de relações internacionais da Universidade de Pequim. "É uma provocação imprudente. Eles querem fazer barulho e forçar as negociações a serem retomadas a seu favor. É o mais antigo dos truques."
A pobre Coreia do Norte, país de um fechado regime comunista, depende fortemente do apoio econômico e diplomático da China, e seu líder, Kim Jong-il, já esteve duas vezes na China neste ano, em parte buscando aval à indicação de seu filho caçula como eventual sucessor quando tiver de deixar o poder por conta de seus problemas de saúde.
As relações entre os dois países acabam causando atritos entre a China e os EUA, após relatos de que a Coreia do Norte parece ter dado passos importantes rumo ao enriquecimento de urânio, possivelmente usando uma tecnologia que se originou ou pelo menos passou pela China.
Do G1, com agências internacionais

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